segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

Seiko 7S26 – sistema de carregamento


O sistema de carregamento armazena energia para o funcionamento do relógio. Isto é feito através da mola de corda. Esta é enrolada e a energia fica armazenada. Ao ser desenrolada ela transmite a energia que faz o relógio funcionar.

Abaixo temos uma figura com várias molas de corda.



Aqui temos uma mola de corda em seu alojamento no tambor.
 

A mola de corda enrola para uma única direção. Assim, há necessidade de um sistema que execute esta operação. Em relógios à corda isto é feito quando damos corda no relógio. Nos relógios automáticos isto é feito pelo sistema de carregamento automático.

Normalmente o sistema de carregamento automático possui um rotor, um peso, que gira e enrola a mola de corda. Quando usamos o relógio no pulso e nos movimentamos o rotor gira dentro do relógio carregando a mola de corda. É por isso que quando não usamos um relógio automático por algum tempo ele descarrega.

Abaixo vemos o rotor destacado por uma seta amarela e pela pinça.
 


Porém, o rotor pode girar em dois sentidos mas a mola de corda enrola somente em um sentido. Assim, é necessário que o movimento do rotor seja convertido para uma única direção: a direção que enrola a mola de corda.

Existem vários sistemas que executam esta tarefa. O movimento Seiko 7S26 utiliza o sistema conhecido como “Magic Lever”, em tradução livre seria “Alavanca Mágica”.

Este sistema foi muito bem projetado. Ele é muito eficiente e utiliza um rotor mais leve que opera perfeitamente por muitos anos com pouca manutenção. Este sistema é muito superior a vários outros sistemas de carregamento automático.

Abaixo temos outra foto do movimento 7S26 destacando as seguintes partes:

- ponte do balanço (balance cock)
- primeira engrenagem de redução (first reduction wheel)
- rotor (oscillating weight)
 


Ao desmontar este sistema a primeira coisa a fazer é observar o alinhamento do rotor e da engrenagem de redução. O rotor deve ser instalado de maneira correta para que o sistema funcione perfeitamente. A marca de alinhamento é o círculo amarelo na ponte do balanço, marcado na foto abaixo como A. A ponta do rotor está marcada como B. O círculo na engrenagem de redução está marcado como C. Os três componentes devem estar alinhados como na foto.
 

Para remover o rotor afrouxe o parafuso grande no centro (rotor screw).


Aqui temos outra foto do rotor com destaque para o rolamento central (ball bearing).
 

Embaixo do rotor temos o sistema “Magic Lever”. Ele consiste de três componentes:

- a primeira engrenagem de redução (first reduction wheel)
- as alavancas (pawl levers)
- a segunda engrenagem de redução (second reduction wheel)

O movimento do rotor é transmitido diretamente para a primeira engrenagem de redução, então esta também gira em ambas as direções. As alavancas são acopladas embaixo da primeira engrenagem e movem-se linearmente puxando e empurrando a segunda engrenagem de redução.
 


Como a “mágica” funciona? Observe …......

Quando a primeira engrenagem gira no sentido horário:
 


De 0 a 180 graus a alavanca da esquerda empurra (push) a segunda engrenagem enquanto a alavanca da direita está travada.

De 180 a 360 graus a alavanca da direita puxa (pull) a segunda engrenagem enquanto a alavanca da esquerda está travada.

Observem que durante todo o giro da primeira engrenagem no sentido horário a segunda engrenagem gira no mesmo sentido.


Agora vejamos quando a primeira engrenagem gira no sentido anti-horário:
 


 
De 0 a 180 graus a alavanca da esquerda empurra (push) a segunda engrenagem enquanto a alavanca da direita está travada.

De 180 a 360 graus a alavanca da direita puxa (pull) a segunda engrenagem enquanto a alavanca da esquerda está travada.

Mais uma vez, durante todo o giro da primeira engrenagem a segunda engrenagem girou no mesmo sentido.

Então veja que independente da primeira engrenagem girar no sentido horário ou anti-horário a segunda engrenagem sempre gira no mesmo sentido.

A segunda engrenagem de redução transmite o movimento para a roda de carga do tambor.

Um detalhe muito importante da segunda engrenagem de redução é que seu parafuso de fixação, este com três fendas, possui rosca inversa. Assim, para afrouxar este parafuso gire a chave no sentido horário e para apertar gire no sentido anti-horário.





Fontes:





 

terça-feira, 10 de janeiro de 2017

Lubrificação


Objetivo da lubrificação: diminuir ao máximo a fricção entre as peças em movimento.

A ação da película de óleo ou graxa formada impede o contato direto das peças, o que reduz a perda de energia (devido a fricção) e o desgaste, aumentado o rendimento mecânico.


Ferramentas necessárias

Porta óleo

 


Pinga óleo




Pinga-óleo automático – com depósito de óleo. Indicado para as pedras com contra-pivôs







 
Lubrificação

Antes da lubrificação deve ser feita uma limpeza das peças. O ideal é que seja feita em lavadora apropriada.

A âncora deverá ser limpa com benzina retificada

O balanço ficará na sua ponte, parafusado na platina. Serão retirados os antichoques.

O tambor de corda não deve ser colocado na lavadora.

O mostrador, ponteiros e indicadores do calendário também não devem ser colocados na lavadora.


 
Canhão de minutos (chaussée)

Pingar graxa a dois terços de sua altura.



Árvore do tambor de corda

Pingar graxa nos contatos com o tambor, a platina e a ponte.
 



Rodas

Encher os depósitos até a metade, no máximo, dois terços (2/3).

É preferível lubrificar com o movimento desmontado, o que permite ao óleo formar gotas regulares ao redor dos pivôs.

Os pivôs do eixo da âncora não se lubrificam.



Rubis e contrapivôs

a) Introduzir o óleo na depressão do rubi


b) Com uma ponta de aço muito fina fazer com que o óleo se desloque para o contrapivô.
 


Incabloc

a) Liberar a mola de lira e soltar as pedras. Limpar as pedras.



Depois da limpeza lubrificar, para isso:


b) Depositar uma gota de óleo no contrapivô

 
 
c) Remontar o contrapivô no antichoque, prender com a mola de lira.


 
Escape

Depositar uma gota de óleo no rubi de saída da âncora, fazer passar cinco dentes da roda de escape e novamente depositar uma gota de óleo no rubi de saída. Fazer isto até que tenham passado todos os dentes da roda de escape.

 
Não se deposita óleo no rubi de entrada porque o primeiro dente da roda de escape levará mais óleo que os demais. Como este dente passa perto do corpo da âncora há o risco deste excesso de óleo passar para a âncora e para seu pivô, podendo causar a parada da máquina.


Fontes: