sexta-feira, 11 de novembro de 2016

Funcionamento básico de um relógio

Desmontar e montar um relógio é legal e interessante, mas o verdadeiro horologista deve compreender como esta máquina maravilhosa funciona. Sem conhecer o funcionamento, desmontar e montar um movimento será apenas um mero quebra-cabeças e horologia é muito mais que isso.

Iniciemos nosso pequeno estudo com uma pergunta: como se mede o tempo?

O tempo é  algo intangível e como podemos medir algo assim?

Para chegarmos a resposta vamos analisar um antigo objeto usado para medir o tempo: a ampulheta.



Como medimos o tempo com a ampulheta? Estando toda a areia embaixo simplesmente viramos a ampulheta. Quando o primeiro grão de areia cai inicia a contagem do tempo e quando o último grão de areia cai temos um intervalo de tempo. Observe que o tempo foi medido através de dois eventos: a caída do primeiro grão de areia e a caída do último grão de areia. Assim, vemos que uma maneira de medir o tempo praticamente significa observar o intervalo entre dois eventos.

O dia por exemplo pode ser medido por dois eventos: nascer do sol e por do sol. Era assim que os antigos faziam.

No século XVI Galileu Galilei descobriu a física do movimento do pêndulo. Este conhecimento permitiu ao homem medir o tempo através da oscilação do pêndulo.

Cada oscilação do pêndulo nos fornece um evento que pode ser usado para medir o tempo.

Com este conhecimento em 1656 Christian Huygens (físico, matemático, astrônomo e horologista holandês) criou o relógio de pêndulo.

Abaixo temos o diagrama básico de um relógio de pêndulo.

 
 
A fonte de energia fornece a energia necessária ao funcionamento. Sem ela o pêndulo iria parar. Ela faz com que as oscilações do pêndulo continuem.

Esta energia é transmitida através de um conjunto de engrenagens e chega até o oscilador, o nosso pêndulo.

O pêndulo oscila e gera os eventos, no caso os famosos tic-tac que marcam o tempo.

Estes são contados e exibidos no mostrador do relógio. Esta contagem e exibição também é proporcionada pela engenharia das engrenagens.

Observe que as setas azuis indicam o fluxo da energia e as setas vermelhas indicam a contagem e exibição do tempo.


O relógio de bolso e o relógio de pulso são variações do relógio de pêndulo. A principal diferença é o tipo do oscilador. Além disso, quando o relógio possui um sistema de “auto-carregamento” da energia é chamado de relógio automático. 

 
OBS: figura apenas ilustrativa dos blocos de um relógio. Este sistema de carregamento é de um automático enquanto o resto das figuras referem-se a um relógio à corda manual.


Assim, o verdadeiro horologista não só deve saber onde cada peça vai instalada da maneira correta como também entender a função de cada peça e sua conexão, ou seja, como elas trabalham em conjunto.

É importante ressaltar que existem muitos desenhos de movimento, então esta conexão entre as peças nem sempre é fácil de entender. Convém estudar cada tipo de movimento.

Uma vez que você domine estes conceitos será capaz não só de desmontar e montar um relógio, mas também de sanar defeitos.



Referências:






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