segunda-feira, 14 de novembro de 2016

Sistemas usados para medir relógios





Embora o uso de milímetros para determinar o tamanho de relógios seja comum para nós, existem dois sistemas que tenho visto muito em minha busca por conhecimentos em horologia.

Primeiro o sistema de linha francesa (ligne ou line). Uma linha francesa é igual a aproximadamente 2,25583 mm. Ao navegar pela página de movimentos ETA disponíveis para compra no site ofrei.com (http://www.ofrei.com/page_183.html) ou no próprio ebay, você verá muitas referências a tamanhos especificado em linhas.

Outro sistema que tenho visto é o sistema americano. Ao que parece os fabricantes americanos criaram um sistema conhecido por Size (tamanho). Ao procurar relógios de bolso americanos antigos no ebay você verá muitas referências a este sistema de medidas.

Encontrei uma tabela muito interessante que relaciona as medidas em linhas, sizes, milímetros e polegadas. Parabéns a quem fez e merece com certeza ser compartilhada.




Linha
Size
Milímetro
Polegada
¼
35/0
0.05640
0.0222
½
-
1.128
0.0444
¾
34/0
1.692
0.0666
1
-
2.255
0.0888

33/0
2.820
0.1111

32/0
3.338
0.1332

31/0
3.949
0.1554
2
-
4.517
0.1776

30/0
5.076
0.1998

-
5.640
0.2220

29/0
6.204
0.2442
3
28/0
6.768
0.2664

27/0
7.332
0.2886

-
7.895
0.3108

26/0
8.459
0.3330
4
-
9.023
0.3553

25/0
9.587
0.3775

24/0
10.151
0.3997

-
10.715
0.4219
5
23/0
11.279
0.4441

22/0
11.843
0.4663

-
12.407
0.4885

21/0
12.971
0.5107
6
20/0
13.535
0.5329

-
14.099
0.5551

19/0
14.663
0.5773

18/0
15.227
0.5995
7
-
15.791
0.6217

17/0
16.355
0.6439

16/0
16.919
0.6661

-
17.483
0.6883
8
15/0
18.047
0.7105

14/0
18.611
0.7327

-
19.175
0.7549

13/0
19.739
0.7771
9
12/0
20.303
0.7993

-
20.867
0.8215

11/0
21.430
0.8437

10/0
21.994
0.8659
10
9/0
22.558
0.8881
10¼
-
23.122
0.9103


Linha
Size
Milímetro
Polegada
10½
8/0
23.686
0.9325
10¾
-
24.250
0.9547
11
7/0
24.814
0.9770
11¼
6/0
25.387
0.9992
11½
-
25.942
1.0214
11¾
5/0
26.506
1.0436
12
4/0
27.070
1.0658
12½
3/0
28.198
1.1102
12¾
2/0
28.762
1.1324
13
0
29.326
1.1546
13½
1
30.453
1.1990
14
2
31.581
1.2434
14¼
3
32.046
1.2656
14¾
4
33.273
1.3100
15
5
33.838
1.3322
15½
6
34.955
1.3766
15¾
7
35.529
1.3988
16
-
36.093
1.4210
16¼
8
36.657
1.4432
16½
9
37.221
1.4654
17
10
38.349
1.5098
17¼
11
38.913
1.5320
17¾
12
40.041
1.5764
18
13
40.605
1.5987
18½
14
41.733
1.6431
18¾
15
42.297
1.6653
19
-
42.861
1.6875
19¼
16
43.425
1.7097
19½
17
43.989
1.7319
20
18
45.117
1.7763
21
21
47.372
1.8651
22
23
49.628
1.9539
23
26
51.884
2.0427
24
29
54.140
2.1315
25
32
56.396
2.2204
26
34
58.652
2.3092
27
37
60.907
2.3980
28
40
63.163
2.4868
29
43
65.419
2.5756
30
45
67.675
2.6644












Referências:


Master Watchmaking – Lesson 4 – Section 115




 

sábado, 12 de novembro de 2016

Verificando o erro diário e a reserva de marcha do seu relógio mecânico



1. Acerte o relógio e use-o por 8 horas;

2. Acerte o relógio novamente e anote o dia e a hora. Por exemplo: Sab 12 Nov 12:00 hs;

3. Durante 7 dias use o relógio pelo menos por 8 horas;

4. Após os 7 dias anote novamente o dia e a hora. Compare a hora do seu relógio com a hora certa e calcule quantos segundos seu relógio perdeu ou ganhou nos 7 dias;

5. Divida esta quantidade de segundos que seu relógio perdeu ou ganhou por 7 e você terá quantos segundos seu relógio atrasa ou adianta por dia, ou seja o erro diário.

6. Retire o relógio, marque a hora e não o use até acabar a corda;

7. Quando a corda acabar verifique a hora e diminua da hora que você tirou o relógio do pulso. Esta diferença é a reserva de marcha do seu relógio. A reserva de marcha é especificada em horas.


sexta-feira, 11 de novembro de 2016

Funcionamento básico de um relógio

Desmontar e montar um relógio é legal e interessante, mas o verdadeiro horologista deve compreender como esta máquina maravilhosa funciona. Sem conhecer o funcionamento, desmontar e montar um movimento será apenas um mero quebra-cabeças e horologia é muito mais que isso.

Iniciemos nosso pequeno estudo com uma pergunta: como se mede o tempo?

O tempo é  algo intangível e como podemos medir algo assim?

Para chegarmos a resposta vamos analisar um antigo objeto usado para medir o tempo: a ampulheta.



Como medimos o tempo com a ampulheta? Estando toda a areia embaixo simplesmente viramos a ampulheta. Quando o primeiro grão de areia cai inicia a contagem do tempo e quando o último grão de areia cai temos um intervalo de tempo. Observe que o tempo foi medido através de dois eventos: a caída do primeiro grão de areia e a caída do último grão de areia. Assim, vemos que uma maneira de medir o tempo praticamente significa observar o intervalo entre dois eventos.

O dia por exemplo pode ser medido por dois eventos: nascer do sol e por do sol. Era assim que os antigos faziam.

No século XVI Galileu Galilei descobriu a física do movimento do pêndulo. Este conhecimento permitiu ao homem medir o tempo através da oscilação do pêndulo.

Cada oscilação do pêndulo nos fornece um evento que pode ser usado para medir o tempo.

Com este conhecimento em 1656 Christian Huygens (físico, matemático, astrônomo e horologista holandês) criou o relógio de pêndulo.

Abaixo temos o diagrama básico de um relógio de pêndulo.

 
 
A fonte de energia fornece a energia necessária ao funcionamento. Sem ela o pêndulo iria parar. Ela faz com que as oscilações do pêndulo continuem.

Esta energia é transmitida através de um conjunto de engrenagens e chega até o oscilador, o nosso pêndulo.

O pêndulo oscila e gera os eventos, no caso os famosos tic-tac que marcam o tempo.

Estes são contados e exibidos no mostrador do relógio. Esta contagem e exibição também é proporcionada pela engenharia das engrenagens.

Observe que as setas azuis indicam o fluxo da energia e as setas vermelhas indicam a contagem e exibição do tempo.


O relógio de bolso e o relógio de pulso são variações do relógio de pêndulo. A principal diferença é o tipo do oscilador. Além disso, quando o relógio possui um sistema de “auto-carregamento” da energia é chamado de relógio automático. 

 
OBS: figura apenas ilustrativa dos blocos de um relógio. Este sistema de carregamento é de um automático enquanto o resto das figuras referem-se a um relógio à corda manual.


Assim, o verdadeiro horologista não só deve saber onde cada peça vai instalada da maneira correta como também entender a função de cada peça e sua conexão, ou seja, como elas trabalham em conjunto.

É importante ressaltar que existem muitos desenhos de movimento, então esta conexão entre as peças nem sempre é fácil de entender. Convém estudar cada tipo de movimento.

Uma vez que você domine estes conceitos será capaz não só de desmontar e montar um relógio, mas também de sanar defeitos.



Referências: